quarta-feira, 13 de maio de 2009

Saída pelos fundos de investimento

13.05.09 às 01h32

Corte no IR da renda fixa pode sair hoje, um dia após Lula sustentar que não ia mexer agora na poupança. Desencontro dentro do governo e críticas da oposição teriam apressado o anúncio

Brasília - Ganhou força ontem dentro do governo a proposta de redução do Imposto de Renda (IR) incidente sobre os fundos de investimento para que os ganhos dessas aplicações continuem mais atrativos que os rendimentos da caderneta de poupança. A ideia é que a redução das alíquotas seja adotada até o fim deste ano porque, a partir de 2010, os ganhos dos poupadores serão tributados.

A última proposta sob a mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é taxar ganhos acima de R$ 50 mil da poupança. A decisão dependerá da aprovação do projeto de lei que será encaminhado ao Congresso.

A redução do IR sobre os fundos (para uma alíquota de 15%, independente do prazo da aplicação) ficou mais forte após uma demonstração de falta de sincronia em torno da questão dentro do governo. No mesmo dia em que o Ministério da Fazenda anunciou que divulgaria mudanças na poupança — medidas previstas para sair hoje —, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende mexer mais na caderneta. “Se vão anunciar, não estou sabendo. Não tem discussão ainda”, frisou o presidente, em visita a obras da Petrobras em Cubatão (SP).

Com a hipótese de mudança de cálculo na correção da caderneta deixada de lado, após forte pressão política, ganhou força no Ministério da Fazenda, como uma saída para resolver o impasse da concorrência entre a poupança e outros investimentos, a redução do IR sobre os fundos.

O governo poderia esperar pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o dia 9 de junho, para anunciar as novas regras. No entanto, o nível de irritação com os ataques da oposição reforçou a posição de que não é possível ficar à reboque das críticas, e a população, na dúvida sobre se os ganhos da poupança serão ou não reduzidos. O governo quer, principalmente, cessar os ataques que vêm vinculando a discussão sobre a poupança ao confisco de depósitos bancários praticado logo no início do governo Fernando Collor.

Atualmente, a tributação sobre os fundos é de 22,5% para aplicações de até seis meses; 20% nos investimentos de seis meses a um ano; 17,5% nas aplicações de um a dois anos; e 15% acima de dois anos.

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