domingo, 3 de maio de 2009

02.05.09 às 20h42

Mercado de usados já registra crescimento

Mesmo com lançamento do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, segmento volta a atrair compradores no Estado do Rio

POR CRISTIANE CAMPOS, RIO DE JANEIRO

Rio - Depois das dificuldades diante da crise financeira global, o mercado de imóveis usados começa a dar sinais de recuperação. Nem a concorrência do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, do governo federal, que oferece vantagens em moradias novas e em construção, para famílias com renda até 10 mínimos (R$ 4.650), parece estar atrapalhando.

Dados da Caixa Econômica Federal mostram que, no primeiro trimestre de 2009, foram financiadas 26.842 unidades usadas contra 20.885 no mesmo período do ano passado. São quase 6 mil imóveis a mais, apesar das turbulências.

Segundo Marlei Feliciano, diretor-presidente da Ética Imobiliária, do Grupo Brasil Brokers, o mercado continua aquecido porque a Caixa não restringiu o crédito imobiliário e ainda reduziu as taxas de juros. “Voltamos aos números de antes da crise. Em março, por exemplo, vendemos mais de 500 imóveis. O nosso tíquete médio é de R$ 185 mil. Do total das vendas, 55% são financiadas”, garante Marlei.

Ele informa que o crescimento da Ética no primeiro trimestre foi de 20% se comparado aos três primeiros meses de 2008. De acordo com o executivo, o metro quadrado da unidade avulsa é, em média, 50% mais em conta do que a dos imóveis na planta. “Além disso, as unidades estão prontas e com benfeitorias, como armários, blindex, aquecedores e janelas”, diz Marlei. Outra vantagem para adquirir esses imóveis é que os bancos oferecem as mesmas condições das unidades novas para as usadas.

Na Caixa, o empréstimo pode chegar a 100% do valor do imóvel, mas o pagamento tem que ser feito em até 20 anos. Esse financiamento utiliza recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Marlei também aponta como positiva a ampliação do teto do valor do imóvel, de R$ 350 mil para R$ 500 mil, para aquisição com dinheiro da conta vinculada dos trabalhadores.

O gerente geral da Apsa, Rogério Quintanilha, também confirma que o mercado está reagindo à crise e que o programa do governo federal não vai atrapalhar o ritmo de crescimento. “Há uma procura grande por imóveis deste tipo. As pessoas querem comprar e se mudar o mais rápido possível”, conta Quintanilha, destacando bairros como Copacabana, Botafogo e Méier. A imobiliária registrou aumento de 33% de janeiro a março.

Gerente de vendas, Patrícia Curvelo investe em usados: “Prefiro unidades que precisam de reforma. Faço a melhoria e depois consigo ganhar mais do que se investisse em uma boa aplicação financeira”.

Patrimóvel: R$ 5 milhões

A Patrimóvel pretende aumentar, este ano, em 30% o volume das vendas de R$ 1,65 bilhão, valor alcançado em 2008. A estratégia será concentrar esforços no mercado de imóveis avulsos (usados). Segundo o presidente da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos, devido à retração observada no último semestre de 2008, este ano será extraordinário para as vendas, pois o estoque das construtoras precisará ser liquidado.

Ele informa que vai investir R$ 5 milhões no segmento. Serão abertas três novas filiais, no Recreio dos Bandeirantes, na Tijuca e no Flamengo. De acordo com Vasconcelos, a intenção é crescer de 7% para 20% a participação deste segmento no faturamento da empresa.

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