sexta-feira, 15 de maio de 2009

15.05.09 às 01h01

Luiz Sérgio: A favor da votação em lista fechada

*Deputado federal (PT-RJ)

A Reforma Política virá para dar solidez e consistência à ainda jovem democracia brasileira. Fortalecer os partidos é fortalecer a democracia. Ao adotar o voto em lista, daremos passo importante nessa direção.

Com o fim da votação nominal, o partido político que queira sobreviver será obrigado a deixar claro seu perfil ideológico e as teses que defende. Legendas de aluguel não terão mais vez. Restarão os partidos que realmente representam, à esquerda e à direita, a visão e os interesses de parcelas da sociedade.

O sistema eleitoral, tal como é hoje, tira toda a responsabilidade dos partidos. Recentemente, no Rio de Janeiro, parlamentares foram presos acusados de envolvimento com milícias. Ora, eles só foram eleitos porque ganharam uma legenda para disputar as eleições.

O que acontece hoje é, que ao surgirem denúncias fortes contra parlamentares, a maior parte dos partidos lava as mãos, anuncia processo de expulsão e transfere o ônus para o acusado. Ao apresentarem uma lista de nomes à sociedade, os partidos perderão esse álibi. Não poderão alegar desconhecer a biografia dos indicados para a disputa.

Argumento comum contra a lista diz que ela ajudará a perpetuar feudos de poder. No entanto, hoje há famílias que, baseadas no poder econômico, estão no poder há décadas. Por isso, também defendemos o financiamento público das campanhas eleitorais.

Há quem diga que o voto em lista tira do eleitor o direito de escolha. Não é verdade. O eleitor seguirá sendo soberano no processo, mas, como na grande maioria das democracias existentes hoje, será desafiado a analisar mais e melhor o conjunto de cada partido.

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