domingo, 26 de abril de 2009

Click do Leitor: Atrás da árvore existe um pardal

25.04.09 às 21h17

Rio - A falta de poda da árvore, na Estrada dos Bandeirantes, em Curicica, Jacarepaguá, esconde um sinal de trânsito e um pardal. O leitor Carlos Roberto pede à prefeitura que tome providências.
 

Tico Santa Cruz: Vida de gado

25.04.09 às 21h19

*Cantor e compositor

Na semana passada, muito se falou sobre a farra das passagens aéreas dos políticos e dos passageiros agredidos por fiscais da SuperVia. Existe uma relação bem estreita entre os casos: a covardia.
Mas não me refiro à covardia de nossos representantes ou dos agressores da estação de trem. Aponto meu olhar para o povo. A meu ver, pior do que agredir, em certos casos, é ser agredido calado, com o rabo entre as pernas, sem esboçar nenhuma reação.
Do que o brasileiro tem medo? Será ainda resquício dos militares ditadores, que desapareciam com quem ousava questioná-los? Não creio. Poucos nesse País podem dizer que enfrentaram a ditadura. A grande parte, como sempre, se comporta como gado. Precisa que alguém diga o que fazer, como pensar, para onde pode ou não ir.
No Planalto, brincam com o dinheiro público, usam e abusam de nossa passividade. Gastam até que um jornalista ou funcionário os denuncie; depois se colocam como defensores da moralidade, dispostos a reformular as regras. Depois que já chafurdaram tanto?
É ridículo! E nós estávamos onde para não cobrar uma punição severa? Estávamos na fila do ingresso do Fla x Flu, porque para isso temos tempo e disposição.
Na plataforma, o mesmo comportamento passivo. Dez homens socando, chutando e chicoteando o povo para dentro de vagões lotados e ninguém reage? Não sou a favor de violência e nem estou incitando desordem, mas tão triste quanto ser tratado de tal maneira é aceitar este tratamento calado. O que estamos esperando para exigir que sejamos respeitados como cidadãos?
Pense, leitor!

Frei Betto: Para Nina Garcia Alencar

25.04.09 às 21h19 > Atualizado em 25.04.09 às 21h19

*Autor de “A arte de semear estrelas”

Querida amiga Nina,
Por que a trato com familiaridade? Ora, agora você me conhece intimamente: meu nome é Velhice. É bem verdade que muitas pessoas de avançada idade se sentem constrangidas ao se aproximarem de mim. Como se a Velhice fosse um mal a ser evitado.
Não se conformam com a progressiva e irrefreável degradação do organismo: a audição reduzida, as restrições alimentares, a mobilidade contida, o uso de bengala, etc. Por isso, até se recusam a pronunciar meu nome.
Nina, sei o quanto a sua vida valeu à pena: a família, a fé, a sabedoria de permanecer numa cidade do interior e não acompanhar os filhos no rumo das metrópoles.
O que a faz longeva? O que lhe permite celebrar saudáveis 95 anos? A paz de espírito. Você escolheu cultivar bens infinitos, aqueles que se guardam no coração. Você escolheu a amorosa maravilha da cotidianeidade: a oração, o encontro com as amigas, o socorro aos pobres e, no crepúsculo da vida, dar-se ao direito de espiar o mundo pelas janelas dos livros, dos jornais, da TV.
Sonho com o dia em que as mulheres descobrirem que o auge da beleza reside em encontrar a mim, a Velhice. Essa beleza emoldurada pelas rugas da intensidade de vida e pelos cabelos alvos, fundada na sabedoria de espírito.
Nina, acolhe o meu afetuoso abraço de feliz idade! Curta a minha companhia sem nenhuma ansiedade frente aos desígnios de Deus. Ele a colherá desta vida, como um jardineiro à sua flor, no momento oportuno. Então, sim, você descobrirá que, do outro lado, a vida é terna. O carinho de sua companheira, Velhice.

Doméstica: oportunidades e lei

25.04.09 às 20h48
 
Trabalhadora do lar na legalidade: 10 mil cartilhas gratuitas, agências de treinamento e recrutamento e legislação
POR LEILA SOUZA LIMA, RIO DE JANEIRO
Rio - Comemorado amanhã em todo o País, o ‘Dia da Empregada Doméstica’ é marco para ações e reivindicações da categoria por direitos mais amplos e equiparação com as demais classes profissionais. No Rio, a Secretaria Municipal de Assistência Social, em parceria com o portal Doméstica Legal, distribuirá, gratuitamente, 10 mil cartilhas com direitos e deveres de patrões e empregados. A pedido do jornal O DIA, Mario Avelino, presidente do portal, elaborou tabela que mostra quanto o empregado ganha de indenização se contratado sem carteira assinada. “Sai muito mais barato para o empregador seguir a lei”, garante o especialista.

Em paralelo, a participação mais frequente de agências de recrutamento no segmento profissionaliza e abre campo de trabalho.

É assunto do interesse de nada menos que 6,7 milhões de trabalhadores, segundo dados da Pesquisa Nacional por Domicílio (Pnad) 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 4,8 milhões estão na informalidade — prejuízo endereçado, além de aos próprios domésticos, àqueles que fazem uso de seus serviços e aos cofres públicos. De acordo com o Ministério da Previdência, uma das prioridades do governo este ano é mobilizar a classe média nacional para que faça o registro e recolha as verbas.

Outra novidade é a inédita pesquisa do portal Doméstica Legal que traça o perfil dos empregadores legais — que seguem a Lei Trabalhista e Previdenciária — e dos domésticos no País. A referência é o patrão que atualiza a carteira, compra vale-transporte, paga mensalmente, recolhe INSS e FGTS (facultativo) e paga férias, 13º e rescisão.

O levantamento mostra que 70% dos empregados com registro em carteira ganham mais que um salário mínimo (R$ 465), e que mulheres são predominantes — existem atualmente apenas 418 mil homens legalmente contratados na função em todo o País.

Antônia da Silva, 44 anos, trabalha para a designer Chris Lima, 37, há pouco mais de dois anos, registrada. Jornada é flexível, com três dias certos. “Ela é como uma secretária, já fez serviços além dos domésticos”, conta Chris, para quem Antônia é considerada pessoa da família. “A relação de trabalho é diferente, baseada na confiança. O doméstico conhece a intimidade”, analisa.

Antônia recebe mais que o salário, sendo remunerada por serviços extras. “Comecei aos 13, tomando conta de criança, sem direito a nada. Depois, trabalhei no comércio e em casa de família. Tudo mudou muito. Ajudo a Chris e recebo extras, é boa relação. Mas meu sonho mesmo é fazer faculdade de Turismo”, planeja Antônia.
PREPARE-SE

CARTILHA
Tendas estarão montadas hoje, na Avenida Atlântica, Copacabana, altura da Rua Santa Clara, das 8h às 18h, e amanhã, na Central do Brasil, das 6h às 9h, com voluntários que vão tirar dúvidas sobre legalização. Campanha vai distribuir 10 mil cartilhas com direitos e deveres de empregados e patrões.

LEGISLAÇÃO
Empregados domésticos são regidos por leis específicas que nada têm a ver com as dos outros empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Diferentemente de empresas, casas de família não geram lucro, por isso, os empregados são protegidos por leis exclusivas.

DIREITOS BÁSICOS
Para evitar problemas futuros, o ideal é adotar o seguinte pacote: contrato de trabalho; atualização de carteira; compra de vale-transporte; pagamento mensal; recolhimento de INSS; recolhimento do Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é opcional; férias; 13º salário; rescisão.
AGÊNCIAS
A Cuidar Bem tem cursos agenciamento para domésticas, além de babás e cuidadores de idosos. Os telefones para contato são 2430-7091 ou 3286-3676. Outra opção é enviar uma mensagem para curriculo@cuidarbem.com.br.

A Kanguruh Home mantém banco de profissionais na Internet. Domésticas encaminhadas passam por um workshop. Mais informações: 2132-8555 ou 2494-9166 e e-mail contato@kanguruhhome.com.br.
 

Emoção e boas vendas para o Dia das Mães

25.04.09 às 20h53

Comércio calcula movimentar R$ 100 milhões com 300 mil consumidores comprando presentes somente em Nova Iguaçu. CDL de Meriti também acredita em incremento

Rio - Dia das Mães é sinônimo de família reunida, bajulando a matriarca. É dia de almoço em família — em casa ou em restaurantes — e de presentes especiais, como prometem fazer os quatro filhos, oito netos e sete bisnetos de Emerci de Araújo Pereira, 74 anos, de Nova Iguaçu. Mas a data é vista também com bons olhos pelo comércio. Mais de um millhão de pessoas devem circular pelos principais comércios da Baixada Fluminense, o melhor movimento depois do Natal.

Em Nova Iguaçu, onde funciona o maior shopping de rua da Baixada Fluminense, a expectativa é de movimentar mais de R$ 100 milhões, com mais de 300 mil consumidores. Segundo o presidente da CDL de Nova Iguaçu, Cláudio Rosemberg, o boom acontece na semana que antecede a data. “Aguardamos um crescimento da ordem de 5% em relação ao ano passado”, disse Cláudio Rosemberg. Segundo ele, a crise mundial afetou o setor, mas o pior já passou e estamos otimistas”, acrescentou.

O presidente da CDL de Meriti, Emilio Semblano, acredita em um incremento no Dia das Mães para o comércio. Cerca de 300 mil consumidores devem passar pelo calçadão nos três últimos dias antes da data. Segundo Emílio, apesar das consultas ao SPC em janeiro de 2009 ter sofrido queda de 28,5% em relação a janeiro 2008, o setor vem mostrando recuperação com essa queda diminuindo para 17,3%, em fevereiro, e 0,8%, em março.

“Notamos uma recuperação. Esperamos que em maio aumente entre 10% e 20% em relação a 2008, tendo em vista o incentivo do governo com redução e eliminação do IPI para material de construção e linha branca de eletrodomésticos. Depois do Natal, o mês de maio é o melhor para vestuário feminino, calçados, bolsas, bazar e setor de eletroeletrônicos”, analisa Emílio.
 

Foco no programa habitacional

25.04.09 às 20h50



Caixa Econômica, no Rio, analisa 4.860 unidades para famílias com renda até R$ 1.395 em bairros como Campo Grande, Senador Camará, Santa Cruz e Guadalupe. Número salta para 6.300 imóveis para ganhos até R$ 4.650

POR CRISTIANE CAMPOS, RIO DE JANEIRO

Rio - Levantamento no Rio, da Caixa Econômica Federal, revela que existem 4.860 unidades em análise na instituição que se enquadram no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, do governo federal, para beneficiar trabalhadores com renda familiar de até três salários mínimos (R$ 1.395). Esses imóveis ficam nos bairros de Campo Grande, Senador Camará, Guadalupe e Santa Cruz. Outras 6.300 unidades, em início de construção, estão em fase final de avaliação na instituição para atender famílias com rendimentos de 3 a 10 salários mínimos (R$ 1.395 a R$ 4.650).

São empreendimentos nos munícipios de Duque de Caxias, Niterói e São Gonçalo. As informações são da nova superintendente regional da Caixa no Rio, Nelma Tavares. Segundo ela, os imóveis para esta faixa de renda são das construtoras CR2, Tenda e MRV.

Os interessados podem visitar os estandes dessas empresas para conhecer os empreendimentos e, se de fato quiserem comprar o imóvel, poderão fechar o negócio. “Essas construtoras têm convênio com a Caixa, por isso podem receber toda a documentação necessária para concessão do financiamento”, explica Nelma.

Ela reforça que há possibilidade de se adquirir imóveis que receberam o Habite-se a partir do dia 26 de março — um dia após anúncio oficial do programa.

De acordo com Nelma, quem se interessar por esses empreendimentos devem procurar uma agência da Caixa para verificar se as unidades se enquadram no ‘Minha Casa, Minha Vida’. A vantagem é que essas moradias já estão prontas. Nas que serão construídas, o prazo pode variar de 8 a 12 meses, segundo o cronograma de obra da construtora.

Ela enfatiza que a quinta edição do Feirão da Casa Própria da Caixa, de 14 a 17 de maio no Riocentro, vai priorizar unidades até R$ 130 mil — valor máximo da moradia no programa. “Estamos em ritmo acelerado de análise para levar um número expressivo de unidades prontas e em construção que se enquadrem no programa. A grande vantagem é que o interessado na moradia poderá negociar uma condição melhor por conta da quantidade de oferta em um mesmo lugar”, orienta Nelma, destacando que também terá imóveis mais caros.

A superintendente lembra que a Prefeitura do Rio foi a primeira a assinar o termo de adesão ao programa: “Eles já contam com 115 mil inscritos na faixa de renda até R$ 1.395. Se a demanda for muito grande para esses imóveis, teremos que recorrer ao sorteio”.

Acesso à casa popular está sendo revisto

A superintendente regional da Caixa no Rio, Nelma Tavares, informa que o PAR (Programa de Arrendamento Residencial) está sendo revisto por conta do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. O modelo funciona como um aluguel social e, só depois de 15 anos, o arrendatário tem a opção de compra do imóvel. Segundo Nelma, a ideia é enquadrar o PAR no pacote habitacional.

A modalidade beneficia famílias com renda até R$ 2.200 e é ampliado para R$ 2.800 para atender os profissionais da área de segurança. O valor máximo do imóvel custa R$ 48 mil. Se o PAR for absorvido pelo programa, a pessoa será dona do imóvel mais rápido: “O PAR não está parado. Os imóveis que estão ficando prontos serão entregues, com as regras antigas. Os interessados se cadastram e aguardam o sorteio”, diz Nelma.