domingo, 10 de maio de 2009

"Maníaco" assusta Faculdade de Saúde



Publicação: 08/05/2009 08:16 Atualização: 08/05/2009 08:19
Um homem moreno, de pele clara, bem vestido e com idade entre 30 e 40 anos tem provocado pânico nas estudantes da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB). Na terça-feira, ele foi visto no corredor principal do prédio, em frente a uma sala de aula, mostrando os órgãos genitais. Segundo relatos, ele olhava as garotas dentro da sala ao mesmo tempo em que fazia gestos obscenos e fingia conversar no celular. Ao notar que tinha atraído a atenção, o homem se virou e saiu. Ontem, voltou a assustar. Duas jovens viram o homem se masturbando na faculdade.

Uma estudante de odontologia de 21 anos foi a última a ver o homem nas dependências da faculdade. Ela preparava um seminário que iria apresentar com outros dois colegas ontem pela manhã quando percebeu que era observada. Ao levantar os olhos, viu o homem parado ao lado de um dos banheiros a encará-la enquanto fingia falar no telefone. “No início, pensei que era um professor ou orientador. Mas não o reconheci e vi em seguida que estava com os genitais à mostra”, contou. “Peguei no braço dos meus amigos, para chamar a atenção dele. O cara percebeu e foi embora como se nada tivesse acontecido”, complementou.

O caso de atentado ao pudor criou uma sensação de insegurança entre as alunas. “Fico com medo de ele ter gravado minha cara e querer me pegar do lado de fora da faculdade. Se já fez uma coisa dessas enquanto eu estava na companhia de dois outros homens, vai saber o que faria se me encontrasse sozinha”, desabafou. Ela costuma caminhar desacompanhada para a universidade pela manhã e muitas vezes volta de ônibus à noite. “Não gosto de dar chance para o azar. Só nunca imaginei que algo desse tipo fosse acontecer aqui dentro”.

Como ela, outras garotas estão assustadas. “Tem um maníaco aqui dentro”, resumiu uma estudante de medicina, de 22 anos. Desde terça-feira, ela anda pelos corredores da faculdade com medo. “Ontem, (quarta-feira), meu irmão se atrasou para me pegar e fiquei trancada no Centro Acadêmico (CA) à espera dele até as 20h. Estava sozinha. Todo mundo já tinha ido embora”, lembrou. As estudantes ainda reclamam da escuridão que toma conta dos estacionamentos durante a noite. “É muito perigoso. Não temos segurança alguma”, detalhou uma aluna de enfermagem.

Providências
Apesar do temor das estudantes, nenhuma delas chegou a registrar ocorrência do atentado ao pudor. O presidente do CA de odontologia, Nilson Matias Pereira Júnior, 22 anos, soube do caso ontem pela manhã e ficou preocupado. “Alguma coisa precisa ser feita”, comentou. Os CAs de medicina e enfermagem já haviam distribuído cartas convocando uma reunião entre alunos, professores e funcionários. A prefeitura do câmpus não tinha sido informada da situação até ontem.

Alertado pela reportagem, o prefeito Silvano da Silva Pereira prometeu providências. “Essa situação é inaceitável. Temos um trânsito diário de aproximadamente 40 mil pessoas pelo câmpus, mas não podemos permitir uma coisa dessas”, afirmou. Silvano preferiu transformar o ato informal movido pelos CAs em ação institucional, com a presença de alunos, diretoria da faculdade de Saúde, prefeitura e vigilantes do câmpus. A reunião deve ocorrer hoje, na própria Faculdade de Saúde. “Não posso adiantar o que será feito, mas com certeza vamos aumentar a vigilância”, adiantou o prefeito.

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