domingo, 7 de dezembro de 2008

06/12/2008 20:21:00

Longa lista de queixas sobre quatro rodas

Desrespeito às paradas e mau comportamento de motoristas são algumas das reclamações em táxis, ônibus, vans e Kombis

Mahomed Saigg e João Ricardo Gonçalves
Rio - Desrespeito aos pontos de parada e à Lei da Gratuidade, tarifas caras, uso de aparelhos sonoros para anunciar os itinerários e cobrança indevida do valor das corridas. Estes são apenas alguns dos problemas que mais irritam os cariocas que utilizam os serviços de ônibus, vans, Kombis e táxis na capital, responsáveis pelo transporte de mais de 100 milhões de passageiros por mês. A lista de queixas faz parte de relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Transportes, com base nas reclamações recebidas pelo órgão através do serviço de Ouvidoria.

De janeiro a outubro, foram recebidas 23.768 reclamações. No caso dos ônibus, a maior parte das queixas diz respeito à desobediência aos pontos de parada (2.145). Comportamento indevido dos motoristas (659) e falta de coletivos (456) também despontam no ranking das irregularidades denunciadas pelos passageiros.

Já para os usuários de táxi não há nada pior que os problemas de comportamento dos motoristas (20). Excesso de velocidade, direção perigosa e recusa de passageiros vêm logo em seguida com nove reclamações cada. Quando o assunto é o transporte alternativo de passageiros, o mau comportamento dos topiqueiros (50) e a falta de pontos regulares (47) lideram a lista de queixas dos usuários do serviço.

Através de relatos que chegaram pela Internet, o raio-X da Secretaria de Transportes também identificou as regiões consideradas as mais problemáticas da cidade. Campo Grande, na Zona Oeste, é o campeão de reclamações entre os passageiros de ônibus (72), seguido por Centro (58), Bangu (42), Barra da Tijuca (37) e Tijuca (36).

ILHA É UM ‘MAR’ DE PIRATAS

Entre os passageiros de táxi, nenhuma outra região da cidade supera o Centro do Rio em queixas (139). Um exemplo dos queixosos é o casal Bruno e Bruna Brasil. “A gente só pega táxi de cooperativa por questões de segurança. Nunca pegamos táxi passando na rua. Já tivemos experiências ruins aqui no Centro, onde o taxista queria cobrar mais que o valor do taxímetro e chegou a nos ameaçar”, diz Bruno.

Copacabana e Botafogo, que ocupam a segunda posição no ranking da Ouvidoria da secretaria com 92 denúncias sobre táxis, são seguidos por Tijuca e Ipanema, com 75 e 45 ligações respectivamente.

Com um mar de Kombis e vans piratas circulando pelas ruas do bairro, a Ilha do Governador é considerada a região mais problemática da cidade pelos passageiros do transporte alternativo (110). O bairro é seguido por Campo Grande (42), Humaitá (41), Barra (38) e Centro (36).

INCÔMODOS SÃO CORRIQUEIROS

Não é preciso andar muito pelos bairros citados no relatório para comprovar na prática as reclamações feitas pela Internet e telefone. Na Vila da Penha, que aparece como o bairro que mais recebeu queixas de uso de aparelhos sonoros por topiqueiros, a técnica de segurança Carla Marques Ribeiro, 34 anos, diz não suportar mais os avisos: “Ninguém merece essa barulheira que as Kombis fazem. Às vezes, estamos concentrados no ponto e levamos sustos horríveis”.

Em Campo Grande, terra das mais numerosas reclamações de ônibus, Jacinta Vieira Amador, 74, se queixa do desrespeito à lei da gratuidade: “Os motoristas passam pela gente e fingem que não nos vêem. Às vezes ficamos horas esperando”.

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