sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

05/12/2008 02:09:00

Três mortos em tiroteio na Tijuca

Entre as vítimas estão dois policiais. Um bombeiro, um PM e o irmão da presidente do Salgueiro, alvo do atentado, foram feridos

Marco Antonio Canosa

Rio - O PM reformado Gustavo Pires Lucas, o Família, o policial do 17º BPM (Ilha do Governador), Felipe Gomes Figueiredo, e Carlos Alberto de Oliveira Júnior morreram, na noite de quinta-feira, em um ataque de pistoleiros na Rua Silva Telles, em frente à quadra do Salgueiro, na Tijuca. O atentado deixou mais três feridos: um PM, um bombeiro e Pedro Paulo dos Santos Fernandes, 32 anos — atingido com oito tiros —, irmão da atual presidente da escola, Regina Duran. A polícia acredita que o crime tenha ligação com a disputa pelo controle do Jogo do Bicho e de caça-níqueis.
A emboscada ocorreu por volta das 20h. Quatro ocupantes de um Meriva, armados com fuzis, passaram atirando no momento em que Pedro Paulo deixava a quadra ao lado de um grupo de seguranças e de supostos integrantes da contravenção. No local, seria feita a contabilidade diária do jogo.
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia









Gustavo e Carlos Alberto morreram na hora. O soldado Felipe foi levado para o Hospital Central da PM, no Estácio, mas não resistiu aos ferimentos. Os outros atingidos, além de Pedro Paulo, foram o cabo PM do Batalhão de Choque André Luiz Bittencourt de Souza e o bombeiro Renato de Azevedo Buccos. Todos seriam seguranças do irmão da presidente do Salgueiro. Pedro Paulo e André Luiz, ferido na perna, foram levados para o Hospital do Andaraí. O bombeiro foi para o hospital Souza Aguiar.
GUERRA
A disputa envolvendo dirigentes do Salgueiro começou em 2004, com a execução do bicheiro Waldemar Paes Garcia, o Maninho, filho de Waldomiro Garcia, o Miro, morto no mesmo ano. Maninho colecionava desafetos na cúpula do bicho.
No ano passado foram assassinados o vice-presidente do Salgueiro, Guaracy Paes Falcão, o Guará, e a mulher dele, Simone Moujarkian. Guará era considerado filho de criação de Miro. Suspeito do crime, José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, genro de Maninho, foi preso em setembro, em São Paulo, pela Delegacia de Homicídio (DH), mas já está solto.
Segundo as investigações, ele disputa o espólio de Maninho com Alcebíades Paes Garcia, o Bide, irmão do bicheiro, que passou a dividir o comando do Salgueiro. Pela DH, Zé Personal é investigado em outros cinco inquéritos. Na lista de crimes atribuídos a ele está o atentado a Rogério Mesquita, que trabalhou por 30 anos com Maninho.

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