domingo, 22 de fevereiro de 2009

22/02/2009 - 08h15 - Atualizado em 22/02/2009 - 12h49

Grupo de Acesso A mostra competência e empolga o público

Escolas apresentaram alas criativas e levantaram a arquibancada.
Cachorro que invadiu desfile da Paraíso do Tuiuti pode fazer escola perder ponto.
Alba Valéria Mendonça e Aluizio Freire, do G1 no Rio
Foi com um atraso de 25 minutos – devido à falta de colocação de grades para impedir o acesso do público e de ambulantes à área de armação das escolas – que começou o desfile do Grupo de Acesso A no Rio. A sirene anunciando o desfile só tocou às 20h25. A primeira a entrar na Sapucaí, a São Clemente, começou sua apresentação ainda com as arquibancadas vazias.

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A escola de Botafogo, na Zona Sul do Rio, defendeu o enredo “O beijo moleque da São Clemente”, que conta a trajetória do primeiro palhaço negro brasileiro, Benjamin de Oliveira, levou para a avenida um abre–alas de 40 metros. Dos cinco carros, quatro tinham coreografia e teatralização.

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Mulher Moranguinho une samba e funk na Sapucaí


“Não houve condições para armar a escola com tranquilidade. Havia camelôs e até componente de outras escolas no meio das nossas alas. Mas acreditamos na força da nossa comunidade para superar esses problemas. Faltou organização por parte da Lesga (Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso A). Mas nada vai nos abater”, disse o vice-presidente Roberto Gomes.

Mesmo com um desfile rico e correto, a escola não chegou a empolgar o público. Muitos componentes deixaram de cantar o samba. Com as fantasias bem feitas e alegorias bem acabadas a escola causou boa impressão.

Mas a segunda a desfilar, a Estácio de Sá, mostrou que não vai deixar o campeonato passar assim tão facilmente. Ela entrou na avenida com as arquibancadas cheias. Embora contasse a história da chita, tecido popular muito usado no Nordeste e no Norte do país , a escola levou para a Sapucaí carros e fantasias luxuosos. O carnavalesco Cid Carvalho, que usou chita em todas as fantasias, evitou o clima de já ganhou.

“Para falar da chita tinha de fazer um desfile pra cima, assim bem colorido. Acho que fizemos um bom desfile. Acho que vamos disputar esse título”, disse Cid.

A Inocentes de Belford Roxo foi a primeira a enfrentar problemas na avenida. A Ala Rio Grande do Sul, com cerca de 50 pessoas da comunidade, não entrou na pista, pois as fantasias chegaram atrasadas. A professora Luíza dos Santos, da comunidade reclamou.

“Fizeram a gente ensaiar debaixo de chuva, e agora, entregam a fantasia atrasado e não deixam a gente entrar. Isso é um absurdo. A gente tinha o direito de estar lá dentro”, esbravejou a componente.

A escola da Baixada Fluminense, que apresentou o enredo “Do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro – a Inocentes canta: Brizola , a voz do povo brasileiro”, deverá perder pontos porque só desfilou com 45 baianas – quando o regulamento exige 60. A escola teve de acelerar o passo no final para desfilar no tempo regulamentar. O portão da dispersão fechou com 59 minutos de desfile.

A Paraíso do Tuiuti teve um componente inusitado na avenida: um cachorro entrou na concentração e “desfilou” ao lado do casal mirim de mestre-sala e porta-bandeira Hugo e Ludmila.

Muito grande, a escola também teve de correr para terminar o desfile. Tanto que a bateria não parou no segundo recuo de hábito e seguiu direto. A agremiação que cantou “O Cassino da Urca” trouxe como rainha Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho. Mas não chegou a empolgar. A Paraíso desfilou em exatos 60 minutos.

A Império da Tijuca, com o enredo “O mundo de barro do Mestre Vitalino”, levantou o público com o bom samba reeditado de 1977. No abre-alas chamava a atenção um passista vestindo tapa-sexo com o corpo lambuzado de chocolate para representar o barro dos bonecos do mestre nordestino.

A escola desfilou animada, mostrando garra por parte de seus componentes. E animou a arquibancada. Com paradinhas e boa bateria, fez um desfile sem problemas, desfilando no tempo regulamentar.

A União da Ilha do Governador voltou a levantar o público da Marquês de Sapucaí com a bateria fazendo bossa no meio da avenida. E depois do tributo a Haroldo Melodia, relembrando “A minha alegria atravessou o mar”, a escola fez uma trajetória competente em cima do enredo “Viajar é preciso – viagens extraordinárias através de mundos conhecidos e desconhecidos”.

A bateria foi um espetáculo à parte, empolgando o público. Ao final do desfile, os gritos se repetiam de “é campeã”. Em seguida, a Acadêmicos da Rocinha, com Adriane Galisteu como madrinha, deixou a plateia dividida. A escola, no entanto, sofreu um grande desfalque: Luiz Brunet, esperada como um dos destaques, teve uma queda de pressão e não pode desfilar. Nada grave. Outras beldades da escola marcaram presença e foram aprovadas pelo público.

A Renascer de Jacarepaguá entrou na avenida às 4h35 com Nívea Stelmann como rainha de bateria. Um dos momentos mais empolgantes da escola foi a apresentação do mestre-sala Luiz Augusto e a porta-bandeira Denadir. O casal chamava o público para vibrar com o samba. A arquibancada respondia à altura.

O desfile desta madrugada de domingo (22) seguiu com as apresentações corretas da Acadêmicos de Santa Cruz e Caprichosos de Pilares, mas sem o mesmo número de público, uma vez que o dia começava a clarear e as pessoas já estavam deixando as arquibancadas e camarotes.

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