sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Governo pode ampliar o seguro-desemprego

21/11/2008 01:49:00

Ministro do Trabalho admite que benefício pode ser pago em até dez parcelas, caso a crise se agrave com demissões em massa

Rio - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou ontem que o governo poderá mudar as regras do seguro-desemprego, ampliando em até dez parcelas o benefício, caso seja comprovada situação de risco para os trabalhadores por causa da crise financeira internacional.
A proposta foi feita pelas centrais sindicais. “O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador irá, se for o caso, analisar rapidamente a possibilidade de ampliar o seguro-desemprego se confirmar uma asfixia ou desemprego em setores da economia”, afirmou.
Lupi reconheceu que a crise financeira já começa a afetar a oferta de novos empregos formais no País e acenou com a possibilidade de ampliar o número de parcelas do seguro-desemprego se a situação se agravar. “A ampliação, no limite, de até 10 parcelas, vai depender da realidade, se tivermos demissões em massa, pois o dinheiro é do trabalhador”, disse.
O ministro do Trabalho também revelou que o Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) poderá anunciar, até o fim do ano, a criação de novas linhas de financiamento de imóveis com recursos do fundo.
A expectativa é que estejam disponíveis no ano que vem. “Vamos analisar novas formas que incentivem mais o consumidor. Temos um déficit muito alto de residências no Brasil, precisamos continuar investindo no setor”, adiantou o ministro, que também é o presidente do conselho.
Em outubro, o governo adotou medidas para garantir recursos para as construtoras, destacou o ministro, com a finalidade de suprir o déficit no mercado e ainda promover a geração de vagas na construção civil. Segundo ele, o foco agora é ampliar a oferta de crédito a quem precisa comprar imóvel.
Na segunda-feira, foi assinado convênio com a Caixa Econômica Federal e com o Banco do Brasil para financiamento de imóveis para os servidores públicos.
CRIAÇÃO DE VAGAS PERDE RITMO
O ministro Carlos Lupi divulgou ontem os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A geração de empregos formais cresceu 0,20% em outubro, com 61.401 novas vagas com carteira assinada. O Rio criou 14.240 novos postos, com expansão de 0,48%.

Segundo Lupi, outubro tradicionalmente apresenta recuo no ritmo de crescimento em relação a setembro, mas a queda foi mais expressiva este ano, devido à reação de empregadores à crise financeira mundial. “O resultado continua positivo. Ao fim de 2008, teremos o melhor resultado da história da geração de empregos no Brasil, com mais de 2 milhões de vagas criadas. Nos próximos dois meses, o crescimento pode não ser o esperado, mas o desempenho até aqui garante resultado surpreendente”, disse.

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