terça-feira, 4 de novembro de 2008

Com mais rigor

Sistema de admissão automática nas escolas é criticado no Rio, mas especialistas são contra seu fim

Publicada em 02/11/2008 às 23h55m
O Globo BRASÍLIA - A aprovação automática é quase uma unanimidade entre os especialistas em educação, que aprovam o sistema, como mostra reportagem de Demétrio Weber, nesta segunda-feira, no Globo. Eles alertam que no Rio, onde o prefeito eleito, Eduardo Paes, anunciou o fim do sistema, o grande problema está na forma como o mecanismo foi adotado.
O fim da aprovação automática virou pleito dos eleitores fluminenses. Assim como Paes, seu adversário no segundo turno, o deputado federal Fernando Gabeira (PV), também previa a extinção da chamada progressão continuada. E a origem da revolta no Rio, onde o ensino fundamental dura nove anos, está na constatação de que alunos são aprovados sem saber conteúdos mínimos. Há casos de crianças de 9 anos que mal conseguem ler, mas tiram notas boas.
De acordo Regina Vinhaes Gracindo, professora da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Conselho Nacional de Educação, há um engano na implantação dos ciclos. A idéia, diz ela, ao invés de automática, a aprovação deveria ser progressiva.
A coordenadora do programa de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Maria de Salete Silva, vai na mesma linha. Segundo ela, os ciclos acabam com a camisa-de-força do ano letivo, isto é, impedem que um aluno de 7 anos seja reprovado na 1ª série porque seu ritmo de alfabetização é mais lento.
A secretária municipal de Educação do Rio, Sônia Mograbi, rejeita o rótulo da aprovação automática. No ano passado, a prefeitura acabou com o conceito insuficiente, que foi substituído pelo RR (registra recomendações). Cabe ao conselho de classe decidir se alunos com RR serão reprovados.

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