domingo, 25 de janeiro de 2009

Ministério da Saúde libera R$ 18 milhões para combate à dengue no Rio

03/01/09 - 15h06 - Atualizado em 04/01/09 - 09h49

Segundo ministro, repasse é 65% maior do que o do ano passado.
Programa de conscientização da população começou por Paquetá.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio


Durante o lançamento da campanha “Ação nos bairros”, de mobilização da população para evitar a dengue, promovida neste sábado (3) pela prefeitura na Ilha de Paquetá, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou a liberação de R$ 18 milhões para o combate à doença no município. Segundo o ministro, este repasse é 65% maior do que os recursos destinados à cidade no ano passado.

Temporão destacou a importância do programa, que, segundo afirmou, inaugura uma nova fase de integração na saúde pública. Ele espera que o programa do Rio sirva de exemplo e seja implantado em outras cidades.

“Com este trabalho de mobilização da sociedade esperamos ter resultados muito melhores no combate à dengue do que no ano passado. Esse trabalho nós queremos que aconteça em todo o país. Hoje, estamos em situação de alerta em 71 cidades do país, sendo que 14 delas são capitais. Entre elas, está o Rio, algumas cidades da Bahia e do Nordeste”, disse o ministro ressaltando que o repasse, aprovado na primeira semana de dezembro, já está à disposição da prefeitura.

O ministro chegou à ilha de helicóptero, acompanhado do prefeito Eduardo Paes e do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, que foi representando o governador Sérgio Cabral. Eles passaram cerca de 40 minutos em Paquetá, onde visitaram o posto de saúde e abriram a campanha “Ação nos bairros”.

Difícil acesso

O prefeito Eduardo Paes disse que escolheu Paquetá para ser o bairro piloto do programa por ser a ilha um lugar de difícil acesso. Segundo ele, a intenção é mostrar que a nova prefeitura vai tratar todos os bairros com igualdade.

Vistoria nos imóveis de Paquetá foi feita por 200 bombeiros e 280 agentes de endemia (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)

“Estamos inaugurando também uma mudança de postura na saúde pública do Rio. É um absurdo que ainda tenhamos que conviver com a dengue. Mas, se acontecer uma epidemia, o que queremos evitar com esse trabalho, o prefeito não vai se esconder, o prefeito não vai negá-la. Vamos dar toda atenção às pessoas. Neste trabalho de prevenção é fundamental a participação da população”, disse o prefeito.

O secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes também enalteceu o trabalho integrado das três esferas de governo – municipal, estadual e federal – no combate à dengue. Ele pretende estender o programa de prevenção aos municípios da Baixada Fluminense e da Região dos Lagos, onde os índices de infestação da doença são altos.

Projeto piloto

Já o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, disse que o programa foi iniciado por Paquetá porque a região tem menor quantidade de variáveis do mosquito e por ser uma área pequena. Segundo ele, o trabalho de mobilização e conscientização do programa exige uma logística complexa.

Para o trabalho em Paquetá, foram chamados 200 bombeiros e 280 agentes de endemias, além de artistas e voluntários de todas as secretarias. Dohmann disse que, através de peças de teatro e de ações lúdicas, a mensagem da prevenção é mais facilmente entendida pelo público.

O prefeito Eduardo Paes, ao lado do secretário Hans Dohmann e do ministro José Temporão, cumprimenta atriz que representou o moquito da dengue (Foto: Marco Antônio Teixeira / Ag. O Globo)

“O importante é que a gente transmita a mensagem com uma linguagem mais fácil para contaminar a população, para que ela ajude no combate à doença. A situação da dengue no Rio atualmente está sob controle. Mas a população não pode se acomodar e esse é um trabalho que não pode parar”, disse Dohmann, que, com agentes de saúde, vistoriou algumas casas na ilha.

A moradora Andréa Kevorkian aprovou o projeto. Vítima de dengue duas vezes, ela disse que Paquetá estava se ressentindo da falta de atenção por parte das autoridades.

“As associações fazem palestras para os moradores, mas é preciso uma ação mais forte. Aqui existem muitas casas de veraneio, que ficam fechadas. Elas representam o maior fator de risco para a população da ilha. Essa visita reforça a ideia de que todos precisam ajudar”, disse a moradora.

Visita em todos os bairros no primeiro semestre

O programa “Ação nos bairros” será retomado no próximo dia 19. A cada semana, dois a quatro bairros serão visitados por 1.200 agentes de saúde e dois mil bombeiros, num trabalho de prevenção, mobilizando os moradores. Todos os bairros deverão ser visitados neste primeiro semestre.

O critério para a escolha dos bairros que serão visitados foi o alto índice de infestação registrado no Levantamento do Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pelo Ministério da Saúde em 2008.

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