quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Chuva não dá trégua ao Rio

22/01/2009 09:21:00

Pista escorregadia e pontos de retenção em diversos acessos ao Centro, atrapalham vida do carioca

Rio - A chuva não deu trégua na cidade na manhã desta quinta-feira. Na Avenida Brasil o tráfego ficou intenso e com pontos de lentidão, na pista sentido Centro, na altura da saída da Dutra, da Washington Luís, de Ramos, da Ilha do Governador e do Caju.
Na Ilha a faixada de uma loja no bairro da Abolição, na desabou ontem por causa da forte chuva, como mostra foto do leitor Valter Costa ao lado.


No Viaduto do Gasômetro, Linha Vermelha, o trânsito ficou difícil na manhã desta quinta-feira e com vários pontos de retenção, no sentido Centro, na altura da Ilha do Governador até a Maré.
Na Ponte Rio-Niterói o tráfego ficou intenso nas primeira horas da manhã, mas os motoristas estavam cautelosos com as pistas escorregadias, o que justificou a lentidão em direção ao Centro.
O Aeroporto Santos Dumont voltou a funcionar sem auxílio de instrumentos por volta das 8h. Já o aeroporto internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, o pouso e a decolagem permanecem com auxílio de intrumentos para manter o mínimo de segurança do vôos.
Ontem, caos total
A chuva que caiu durante quase todo o dia de ontem provocou alagamentos e engarrafamentos quilométricos na cidade. Os bairros mais atingidos foram Tijuca, Vila Isabel e Maracanã, onde o Rio Maracanã transbordou. Quem trabalha no Centro e tentava voltar para casa levou até três horas além do usual. Pelo menos sete bairros do Rio e áreas de quatro municípios do Interior e da Baixada ficaram sem luz no fim do dia.

O aguaceiro trouxe de volta a desordem à cidade. O taxista Afonso Dutra, 33, levou três horas para dirigir da Praça Mauá até a Praça da Cruz Vermelha. “Não tinha um guarda municipal para orientar o trânsito. Por acaso eles não gostam de pegar chuva?”, ironizou. A mesma queixa era feita por outros motoristas que enfrentaram os congestionamentos.

A dona-de-casa Maria Cândida Martins, 72 anos, não conseguiu voltar do Centro para Vila Valqueire. “Fui fazer exame de coração e fiquei horas no ponto final do 260 (Praça 15-Vila Valqueire), mas não passava ônibus nenhum”, reclamou. Ela teve de passar a noite na casa da sobrinha, em Botafogo.

No fim da tarde, a SuperVia parou a circulação de trens no ramal de Saracuruna porque o Rio Faria Timbó inundou a via férrea. O metrô aumentou a frota, mas passageiros reclamaram de interrupções no serviço. A concessionária nega.

A chuva derrubou parte do teto e uma parede de uma igreja em Caxias. Em Meriti, moradores resgataram o corpo do menino Roger Jeferson Silvestre, 13 anos, que fora arrastado pela correnteza no Canal do Rio Sarapuí, onde mergulhara, quarta-feira.

A cheia do Rio Maracanã causou reflexos no Boulevard 28 de Setembro, na Rua Teodoro da Silva, na Avenida Maracanã, no Elevado 31 de Março, no Viaduto Ana Neri e na Rua 24 de Maio. No início da noite, o nível do rio começou a baixar, mas a enchente ainda causava reflexos na Praça da Bandeira e na Avenida Brasil. Bolsões de água na Linha Vermelha também causaram lentidão.

Até o chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Carlos Austin, ficou mais de duas horas preso na Avenida Brasil, a caminho de casa, em Ramos. “Nunca demorei tanto. Estou ligando para colegas e avisando para que não saiam. O pior é que não tem policiamento aqui”, criticou.

Quem vinha da Região dos Lagos também penou. A estudante Luciana Oliveira, 25, não conseguiu voltar de Iguaba para o Rio: “Levamos duas horas para ir do São Gonçalo Shopping até o Carrefour e mais uma hora até a Ponte Rio-Niterói. Desistimos e ficamos em Niterói”.

Na Mangueira, uma barreira deslizou, destruindo parcialmente casa na Rua Simão Lobato 34 e derrubou parte do telhado do Cederj. Na Abolição, marquise na Avenida D. Hélder Câmara 7.500 caiu. Em nenhum dos casos houve feridos.

A chuva derrubou galhos de árvore sobre a rede da Light, causando apagões em ruas da Tijuca, Santa Teresa, São Conrado, Freguesia, Recreio, Bangu e Campo Grande. Faltou luz também em áreas de Nova Iguaçu, Paraíba do Sul, Paty do Alferes e Barra do Piraí.

Segundo o Inmet, o bairro onde mais choveu foi Jacarepaguá: 80,6 milímetro, muito acima da média, de pouco mais de 30 mm. Até o fim de semana, a previsão é de mais chuva.

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