domingo, 14 de junho de 2009

Casais que não podem passar juntos Dia dos Namorados driblam distância com criatividade

Publicação: 12/06/2009 08:20 Atualização: 12/06/2009 08:29
Para alguns, a data é apenas comercial. Mas também há quem acredite que o dia é uma oportunidade a mais para reafirmar o amor pelo companheiro. Com esse pensamento, milhares de casais do país inteiro trocam presentes, invadem restaurantes e formam filas em motéis. E o que fazer se a pessoa amada tem compromissos inadiáveis ou está a quilômetros de distância justamente no Dia dos Namorados? Acionar a criatividade, talvez. E, acima de tudo, uma dose extra de tolerância. O Correio conta hoje a história de dois casais que passarão a data separados e provam que, mesmo afastados fisicamente, é possível manter um relacionamento estável, maduro e cheio de paixão.

A consultora de Recursos Humanos Luiza Dayrell, 38 anos, e o namorado Paulo César, 37, não sabem o que é passar datas comemorativas juntos. Eles namoram há três anos e oito meses, mas tiveram que aprender a conviver separados por quase dois mil quilômetros. Luiza é brasiliense e mora no Lago Sul com a família. Paulo César é carioca, mas vive em Macapá (AP), na Região Norte do país. Os dois se conheceram em Brasília, quando ele, que é servidor público, fazia um curso na cidade. O casal logo se apaixonou, passou três meses juntos, mas precisou se distanciar quando Paulo César foi transferido.

Desde então, eles fazem um esforço concentrado para manter o amor vivo. Luiza e Paulo César emendam feriados e enfrentam voos de quatro horas para se encontrar pelo menos uma vez por mês. Em todo o tempo de namoro, ficaram, no máximo, dois meses sem se ver. As viagens, no entanto, nem sempre coincidem com as datas especiais. Por isso, eles nunca passaram um Dia dos Namorados ou um aniversário de namoro juntos. “Normalmente, consigo ir ao aniversário dele (em agosto) porque programo minhas férias. Como ele já está longe da família, faço questão de estar lá”, conta Luiza.

A comemoração do Dia dos Namorados foi antecipada este ano. Na semana passada, Paulo César ficou sete dias com a namorada em Brasília antes de embarcar para o Rio de Janeiro, onde está hoje. Na temporada em que ele esteve na capital, o casal saiu para jantar e ela aproveitou para presenteá-lo. Paulo César ainda faz mistério e Luiza espera a chegada do presente pelos Correios hoje.Aliás, essa é uma prática recorrente. Mesmo longe um do outro, eles não deixam de trocar presentes. “Teve um ano que ele estava em uma cidade onde nem pegava celular e deu um jeito de encomendar algo pela internet. Eu também mandei um presente, que chegou de barco dias depois com a caixa meio amassada”, lembra ela.

Enquanto aguarda a transferência de Paulo César para Brasília, Luiza mata as saudades do namorado como pode. Eles se falam todos os dias por telefone e, pelo menos uma vez por semana, combinam de se encontrar no skype para se ver. “O começo foi muito difícil, sentíamos muito a falta um do outro. Mas o pior já passou. Fizemos uma opção porque acreditamos no nosso namoro.” Além do computador, outro grande aliado é o programa de milhagem oferecido pelas companhias aéreas. Em julho, Luiza tira férias e embarca para Macapá a fim de visitar o amado.

De plantão
O que vai atrapalhar a comemoração de Adriana Augusto de Lima, 36 anos, e Júlio César Gomes de Lima, 38, é o trabalho. Ela é policial civil e vai estar de plantão na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) das 9h de hoje às 9h de amanhã. Ele é bombeiro, mas está cedido à Polícia Civil há oito anos e trabalha na Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE). Apesar das mesmas profissões, o casal convive com uma diferença de horários: ela faz plantão e ele trabalha no expediente. Todos os dias, Júlio costuma chegar a casa ao anoitecer e é obrigado a dormir sem a mulher pelo menos duas vezes por semana, quando ela está escalada.

Adriana e Júlio César são casados há dois anos e nove meses. Antes de firmar o compromisso, eles namoraram dois anos e ficaram noivos por mais um. São quase seis anos de relacionamento e o casal comemora o Dia dos Namorados até hoje. Quando conseguem uma folguinha, eles fazem pequenas viagens e passam o fim de semana na Chapada dos Veadeiros, por exemplo. Além disso, ele não perdeu o hábito de criar surpresas, como mandar flores para a mulher. E ela ainda faz jantares especiais para o marido. “Acho importante manter a magia. Afinal, somos eternos namorados e é isso que mantém um casamento”, afirma a policial.

Adriana já trabalhou no Dia dos Namorados de anos anteriores. Apesar de habituada a essa rotina, ela confessa não ter gostado de saber que estava de plantão hoje. “Sou policial há 10 anos, estou acostumada a estar trabalhando quando todo mundo está em casa. Mas ainda fico meio chateada”, diz. Júlio César compreende. “Já trabalhei no plantão antes, sei como é. O bom é que, quando vamos comemorar, tudo está mais vazio”, pondera. Os dois já compraram os presentes e vão trocá-los amanhã, em jantar num restaurante. Hoje, Júlio César promete que vai ficar em casa esperando pela mulher. “Ando muito cansado e aproveito para descansar em cada folga.”

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