domingo, 14 de junho de 2009

Acadêmicos, empresários e políticos debatem crise, sustentabilidade e meio ambiente

Publicação: 05/06/2009 09:32 Atualização: 05/06/2009 09:34
A crise econômica mundial impôs profundas reflexões sobre a necessidade de políticas sustentáveis para o melhor aproveitamento dos recursos naturais, de modo a se promover distribuição mais justa e equilibrada dessas riquezas. Para tanto, é preciso compatibilizar desenvolvimento econômico com qualidade de vida e respeito ambiental.

A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, ao participar do seminário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre Crise e Sustentabilidade: Sinal Verde para a Indústria Brasileira. Para ele, é necessário repensar os modelos de produção e consumo que, nos padrões atuais, “comprometem o meio ambiente de forma inaceitável”.

A realização do seminário foi divulgada na semana passada, como parte das comemorações da Semana Internacional do Meio Ambiente, de 30 de maio a 5 de junho, para permitir que a comunidade acadêmica, empresarial e política avalie as potencialidades do país em áreas como biotecnologia, combustíveis renováveis e tecnologias de produção limpa.

Apesar da pauta atraente, como ressaltou a conselheira do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos, uma das expositoras do seminário, “é difícil mobilizar a participação de mais pessoas em debates como este”, que teve menos de 50 ouvintes. Ela destacou que “encontros dessa natureza são de fundamental importância para mostrar que existe desconexão entre as variáveis de desenvolvimento, e elas precisam ser tratadas de forma mais integrada”.

Outro participante da discussão, o diretor geral da indústria de papel e celulose Klabin, Reinoldo Poernbacher, disse que sua empresa trabalha com foco na conservação dos recursos naturais, via integração de florestas nativas com projetos de reflorestamento, de modo a garantir a preservação da biodiversidade na área usada.

Poernbacher manifestou a percepção de que “quem não seguir modelo semelhante (na sua área de atuação) terá grandes dificuldades futuras”, e disse que “o que mais atrapalha o setor produtivo é quando parte dele não segue as normas de preservação, uma vez que a responsabilidade é de todos”.

Esse aspecto foi enfatizado também pelo representante da Casa Civil da Presidência da República, Jaime Oliveira. Ele afirmou que a legislação ambiental brasileira é boa e abrangente, embora precise de aperfeiçoamentos, e ressaltou que “a opção de desenvolvimento sustentável não é opção de governo, mas sim, de ordem legal. Portanto, os meios para gerar crescimento sustentável devem ser buscados pelo poder público e pela coletividade”.

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